
Abelhas! O tratamento do acidente por múltiplas picadas de abelha ou vespas é sempre uma emergência médica.
Um ataque de abelhas é algo que devemos saber como se comportar, pois o desconhecimento e o desespero podem custar a vida.
"Esconder no bambuzal, proteger o pescoço e a cabeça, extintores, cheiro de feromônio... quais são os outros tipos corretos de procedimento para uma situação destas???"
- A primeira recomendação é correr para longe, se possível. Se afastar rapidamente do epicentro do acontecimento continua sendo a maneira mais simples e eficiente de minimizar um ataque de abelhas.
- Caso não haja possibilidade de fuga, procure rapidamente algum arbusto ou vegetação fechada, e entre o mais que puder debaixo da folhagem, ficando imóvel e em silêncio. Outra possibilidade, esta para locais de vegetação rasteira, é permanecer deitado e de bruços (barriga para baixo). No capinzal, deite e se enfie o mais que puder , cobrindo-se puxando-o pra cima de sí.
- Cubra a cabeça com os braços e tente não deixar muitas aberturas na sua roupa. Se tiver um casaco, anorak, mochila, sleep, lona plástica ou qualquer objeto que possa ajudar a cobrí-lo, use-o e tente ficar o mais imóvel possível, com o rosto protegido pelo casaco/camiseta/mochila etc.
- Não gritar, elas são atraídas por ruídos, principalmente os agudos.
- Quanto mais escura a sua roupa, tanto mais elas podem atacar. Cores escuras alvoroçam as abelhas, que só enxergam direito as cores mais escuras. É por esse motivo que a maioria dos macacões de apicultor são brancos ou claros, porque essas cores as acalmam.
- Se você tem várias abelhas grudando em você, entre na vegetação em silêncio e vá se esfregando nas moitas (quando há moitas pra se esfregar), que além de derrubar aquelas penduradas pelo ferrão vai disfarçando o cheiro do hormônio de ataque nas folhas.
- Esse hormônio é realmente um prodígio da natureza, um sistema de comunicação eficientíssimo entre as abelhas de uma mesma comunidade, pois sabe-se até hoje que existem 3 ou 4 tipos diferentes de hormônios, cada um transmitindo uma orientação distinta. Existem dois tipos ligados a ataques. Eles são volatilizados no ar em menos de dois segundos após a picada, e permanecem durante uns 20 segundos sendo exalados, atraindo rapidamente outras abelhas, já com a ordem irrevogável de que devem atacar. Esse é o motivo pelo qual na maioria dos casos de ataques ocorrem grandes "concentrações" de picadas em pequenas regiões do corpo, também chamados de "empeloteamento de abelhas", e outras área do corpo com poucas ou nenhuma. Ao contrário dos marimbondos, que podem picar "indefinidamente", as abelhas quando picam morrem, pois seu aparelho excretor e reprodutor sai, arrancado pelas ligações que tem com o ferrão e bolsa de veneno. As vezes, sobrevivem mais de um dia. Portanto, abelhas que estão penduradas após terem picado não picarão novamente, mas devem ser removidas por causa do cheiro.
- Extintores de incêndio, sejam qual for, nunca estão disponíveis em casos de ataques, e seu raio de ação é restrito, por razões óbvias.
- Procure manter a calma, como em todas as situações de acidente. Parece bobo recomendar isso, mas há relatos de pessoas que mantiveram a calma e tomaram um número significativamente menor de picadas do que outras mais deseperadas e que estavam bem ao lado. Abelhas são seres muito sensitivos e refinados. Alguma coisa em nosso nervosismo as alvoroça.
- Proteja sobretudo os olhos. Uma picada certeira, dada diretamente na superfície do olho tem quase 90% de chances de ocasionar a perda total da visão. Há casos relatados. Na pior das hipóteses, se o ataque for muito forte e você não conseguir abandonar o lugar, pense direto nos olhos, e não os abra. Fique de bruços no chão e cubra a cabeça o mais que puder, de olhos apertados.
- A magnitude do ataque é diretamente proporcional ao tamanho do enxame. Quanto mais numeroso, mais instável é o clima "político" nele, mais encorajado fica. Enxames populosos "clamam" por uma nova rainha, pra poder se dividir e migrar, no seu ciclo normal. Esse é um momento ruim pra cruzar um enxame desses. Por outro lado, uma vez dividido, se está ainda enxameando, ou seja, procurando por uma casa, ou acabado de chegar a um lugar que considerou adequado, passam a ser muito mais mansos.
- Por fim, a triste verdade, que já foi reportada como lenda: cada pessoa possui uma reação distinta à picadas, e isso varia demais. Há casos de mortos com 3 picadas (sim, três) e casos de sobreviventes com mais de 250. Cientificamente, se diz que um ser humano pouquíssimo alérgico suporta no máximo 400 picadas.
- Nestas situações, naturalmente não é possível seguir uma "cartilha" de passos pra se livrar do ataque, muitas vezes porque algumas circunstâncias impedem, por exemplo, pra quem estava encordado e na parede, ficar de bruços ou se esfregar na vegetação. As circunstâncias são muito importantes no desfecho dos ataques, e em geral só conseguimos nos lembrar e fazer uma coisa ou outra, nunca tudo, senão todo mundo se safaria bonitinho, coisa que infelizmente raramente acontece. Tudo acontece sempre muito rápido, por isso mesmo é importante tomar uma atitude logo que a coisa inicia, pois logo depois instaura-se o caos e o desespero, impedindo-nos de pensar em uma atitude a tomar.
- Em todo o caso, se não existe um passo a passo, pelo menos é bom memorizar algumas coisas, e tentar se lembrar de algumas delas se um dia precisarmos. Espero que nunca precisemos, pois é um momento muito ruim. Espero que estas informações possam ajudar, caso necessário.
Um ataque de abelhas é algo que devemos saber como se comportar, pois o desconhecimento e o desespero podem custar a vida.
"Esconder no bambuzal, proteger o pescoço e a cabeça, extintores, cheiro de feromônio... quais são os outros tipos corretos de procedimento para uma situação destas???"
- A primeira recomendação é correr para longe, se possível. Se afastar rapidamente do epicentro do acontecimento continua sendo a maneira mais simples e eficiente de minimizar um ataque de abelhas.
- Caso não haja possibilidade de fuga, procure rapidamente algum arbusto ou vegetação fechada, e entre o mais que puder debaixo da folhagem, ficando imóvel e em silêncio. Outra possibilidade, esta para locais de vegetação rasteira, é permanecer deitado e de bruços (barriga para baixo). No capinzal, deite e se enfie o mais que puder , cobrindo-se puxando-o pra cima de sí.
- Cubra a cabeça com os braços e tente não deixar muitas aberturas na sua roupa. Se tiver um casaco, anorak, mochila, sleep, lona plástica ou qualquer objeto que possa ajudar a cobrí-lo, use-o e tente ficar o mais imóvel possível, com o rosto protegido pelo casaco/camiseta/mochila etc.
- Não gritar, elas são atraídas por ruídos, principalmente os agudos.
- Quanto mais escura a sua roupa, tanto mais elas podem atacar. Cores escuras alvoroçam as abelhas, que só enxergam direito as cores mais escuras. É por esse motivo que a maioria dos macacões de apicultor são brancos ou claros, porque essas cores as acalmam.
- Se você tem várias abelhas grudando em você, entre na vegetação em silêncio e vá se esfregando nas moitas (quando há moitas pra se esfregar), que além de derrubar aquelas penduradas pelo ferrão vai disfarçando o cheiro do hormônio de ataque nas folhas.
- Esse hormônio é realmente um prodígio da natureza, um sistema de comunicação eficientíssimo entre as abelhas de uma mesma comunidade, pois sabe-se até hoje que existem 3 ou 4 tipos diferentes de hormônios, cada um transmitindo uma orientação distinta. Existem dois tipos ligados a ataques. Eles são volatilizados no ar em menos de dois segundos após a picada, e permanecem durante uns 20 segundos sendo exalados, atraindo rapidamente outras abelhas, já com a ordem irrevogável de que devem atacar. Esse é o motivo pelo qual na maioria dos casos de ataques ocorrem grandes "concentrações" de picadas em pequenas regiões do corpo, também chamados de "empeloteamento de abelhas", e outras área do corpo com poucas ou nenhuma. Ao contrário dos marimbondos, que podem picar "indefinidamente", as abelhas quando picam morrem, pois seu aparelho excretor e reprodutor sai, arrancado pelas ligações que tem com o ferrão e bolsa de veneno. As vezes, sobrevivem mais de um dia. Portanto, abelhas que estão penduradas após terem picado não picarão novamente, mas devem ser removidas por causa do cheiro.
- Extintores de incêndio, sejam qual for, nunca estão disponíveis em casos de ataques, e seu raio de ação é restrito, por razões óbvias.
- Procure manter a calma, como em todas as situações de acidente. Parece bobo recomendar isso, mas há relatos de pessoas que mantiveram a calma e tomaram um número significativamente menor de picadas do que outras mais deseperadas e que estavam bem ao lado. Abelhas são seres muito sensitivos e refinados. Alguma coisa em nosso nervosismo as alvoroça.
- Proteja sobretudo os olhos. Uma picada certeira, dada diretamente na superfície do olho tem quase 90% de chances de ocasionar a perda total da visão. Há casos relatados. Na pior das hipóteses, se o ataque for muito forte e você não conseguir abandonar o lugar, pense direto nos olhos, e não os abra. Fique de bruços no chão e cubra a cabeça o mais que puder, de olhos apertados.
- A magnitude do ataque é diretamente proporcional ao tamanho do enxame. Quanto mais numeroso, mais instável é o clima "político" nele, mais encorajado fica. Enxames populosos "clamam" por uma nova rainha, pra poder se dividir e migrar, no seu ciclo normal. Esse é um momento ruim pra cruzar um enxame desses. Por outro lado, uma vez dividido, se está ainda enxameando, ou seja, procurando por uma casa, ou acabado de chegar a um lugar que considerou adequado, passam a ser muito mais mansos.
- Por fim, a triste verdade, que já foi reportada como lenda: cada pessoa possui uma reação distinta à picadas, e isso varia demais. Há casos de mortos com 3 picadas (sim, três) e casos de sobreviventes com mais de 250. Cientificamente, se diz que um ser humano pouquíssimo alérgico suporta no máximo 400 picadas.
- Nestas situações, naturalmente não é possível seguir uma "cartilha" de passos pra se livrar do ataque, muitas vezes porque algumas circunstâncias impedem, por exemplo, pra quem estava encordado e na parede, ficar de bruços ou se esfregar na vegetação. As circunstâncias são muito importantes no desfecho dos ataques, e em geral só conseguimos nos lembrar e fazer uma coisa ou outra, nunca tudo, senão todo mundo se safaria bonitinho, coisa que infelizmente raramente acontece. Tudo acontece sempre muito rápido, por isso mesmo é importante tomar uma atitude logo que a coisa inicia, pois logo depois instaura-se o caos e o desespero, impedindo-nos de pensar em uma atitude a tomar.
- Em todo o caso, se não existe um passo a passo, pelo menos é bom memorizar algumas coisas, e tentar se lembrar de algumas delas se um dia precisarmos. Espero que nunca precisemos, pois é um momento muito ruim. Espero que estas informações possam ajudar, caso necessário.
Parabéns pela matéria, achei as informações muito relevantes e podem salvar uma vida. No caso de não haver vegetação, esfregar areia ou terra na área picada ajuda a retirar as abelhas grudadas e disfarçar o cheiro. Já sofremos um ataque este ano e os menos picados do nosso grupo foram os que correram mais. Fomos orientados por um médico de nosso grupo a termos sempre um anti-histamínico nas jornadas.
ResponderExcluirAndré Luís (Pedais Vermelhos) Londrina
Tb carregamos anti-histamínico, e nossa turma foi atacada tb, o que foi curioso é que só os que estavam de camisetas brancas não foram ferroados, os demais que estavam com camisetas marrom, azul, amarela, vermelha, preta, leveram ferrão... É preciso estar atento e prevenido...
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